Santana da Chapada
Quantas mil vezes olharam para ti!
Vi, olhei admirei, senti
E você ali majestosa reinando naquele lugar!
Olhando para o norte!
Impassível diante da chuva,
Dos ventos fortes, surrando sua face
Escorrendo pelas tuas paredes
Manchando-a de musgos
E você ali
Linda e majestosa
Sagrada, imponente
Marcando nossas vidas
Minha infância curtida
Nos teus pátios gramados
Nas missas rezadas à luz de vela
Nas noites geladas de inverno
No meio das neblinas mágicas
Santa Ana da chapada
Guardiã do tempo
Velhos tempos
Costumes
Riquezas e valores
Que a memória de um menino
Que cresceu à sua sombra
Caminha na vida sobre seu manto
Enigmático, reluzente, protetor, acolhedor
Como deveriam ser todas as avós do mundo.
Hoje sou pai!
E com os olhos de meu filho
Vejo-te mais linda!
Por ângulos nunca olhados
As marcas do tempo estão impressas
E trazem doces lembranças de outro menino
Que te olha com olhar terno
Envelhecido pelo tempo
Uma criança calva
De cabelos grisalhos
Que como se mirasse sua avó
Não consegue deixar de admirá-la
De sentir um amor eterno!
E você impassível,
Senhora do tempo
Continua lá
Olhando para o norte
Vendo o tempo passar
Novas crianças a brincar
E com seu manto a proteger
E a vida continuar.
Santa Ana da Chapada!
Texto de João Félix - chapadense que cresceu à sombra da Igreja
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